Então temos de começar do zero. Voltar a confiar noutras pessoas ou nas mesmas pessoas. Ou então viver em isolamento numa espiral de narcisismo ou depressão. Porque não somos capazes de nos bastar a nós próprios.
Depois existe a variável Deus.
Quem assimilou essa variável - vamos chamá-la D - usa-a em tudo como um gene da cadeia de ADN. Mas novamente entra o factor pessoas e colocamos esse factor junto com o gene D. O que resulta muito bem! Especialmente quando a variável D é vista como o gene primordial e o factor p (pessoas) tal qual aquilo que é: um factor externo ao ADN.
Porque apesar do gene ser o mesmo, o resultado e a vivência, a percepção e a crença, são diferentes. E o gene ainda que único, igual a si próprio, age na construção do ser de maneira diferente. Tal como a busca de quem somos, qual o objectivo em termos nascido só ser encontrado e concretizado numa viagem individual de experiências pessoais, independentemente de se ter esse gene D assimilado, os factores p são intermediários que ajudam nesse percurso - numa boa ou má perspectiva - mas nunca serão a resposta. Porque existe um vazio no "eu" de cada um de nós.
Quando o factor p nos retira essa necessidade, passamos a deixar de ser "eu" para nós, um substituto onde um factor p se destaca e toma lugar - aos poucos - da nossa iniciativa, das nossas necessidades. E quando descobrimos o gene D, "a" variável do Universo e lentamente nos deixamos levar, por inocência e falta de experiências individuais nessa nova existência, para uma existência de manada dominada por factores externos, deixamos de existir. O acordar dessa realidade enclausurada é violento e perdemos o rumo e a confiança em nós mesmos. E o gene continua a não fazer parte do nosso adn.
O factor p é importante porque nos complementa enquanto factor p que somos também. Mas não é o gene D, que dá vida.
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